Estilo de Vida
SERNEGRA - FEMINISMO NEGRO NA ENCRUZILHADA AFROBRASILEIRA: intersecionalidade, diálogos e horizontes
Seção Temática 01: Feminismo Negro na Encruzilhada Afrobrasileira: intersecionalidade, diálogos e horizontes, do SERNEGRA – Semana de Reflexões sobre Negritude, Gênero e Raça no IFB.
Inscrições de propostas de comunicações orais ATÉ 13 DE SETEMBRO, em https://docs.google.com/a/etfbsb.edu.br/forms/d/1icwsNGIDgN7V6WbQXbB6sNg3HHqYTOZmpSp5z50s45U/viewform?edit_requested=true
Instruções para o preenchimento da proposta de comunicação oral em http://www.ifb.edu.br/attachments/5288_SERNEGRA%202013_Instrucoes_Inscricao.pdf
Coordenação da Seção Temática: Jaqueline Gomes de Jesus
Feminismo Negro designa um movimento político e intelectual no qual são repensadas as experiências e condições de vida de pessoas negras, a partir de uma perspectiva feminista. O feminismo negro identificou quando de seu surgimento, nos anos 70 do século XX, que ao não levar em conta a interseção entre raça e gênero, o feminismo tradicional não considerava as particularidades das mulheres negras, ou sequer as reconhecia como mulheres. O feminismo negro reavaliou as políticas feministas de um ponto de vista afrocentrado, defendendo dois pontos fundamentais para a crítica ao feminismo tradicional, mas também para o desenvolvimento de outros feminismos, ditos intersecionais: (1) a natureza simultaneamente operacional e interligada das opressões; e (2) a experiência de vida e o conhecimento acumulado pelas mulheres negras como elemento central para os debates e ações feministas. O presente Simpósio Temático tem por objetivo trazer à baila um debate sobre como o feminismo negro tem sido apropriado e re-elaborado como conceito e prática na realidade afrobrasileira. Serão acolhidos, entre outros, trabalhos que abordem a natureza operacional e interligada das opressões; a intersecionalidade de gênero, raça, orientação sexual, idade, origem, habilidades físicas e outras dimensões da diversidade; mulheres negras em movimentos feministas; gênero como conceito supremacista-desgenerização na Diáspora; quilombismo e feminismo: diálogos possíveis; experiência de vida e de lutas de mulheres negras; auto-representação de homens negros; e auto-definição, saúde, família, maternidade, liderança comunitária, política sexual na sociedade dominante e no contexto das relações interpessoais de mulheres negras.
Temas:
1 ) Natureza operacional e interligada das opressões;
2 ) Intersecionalidade de gênero, raça, orientação sexual, idade, origem, habilidades físicas e outras dimensões da diversidade;
3 ) Mulheres negras em movimentos feministas;
4 ) Gênero como conceito supremacista - desgenerização na Diáspora;
5 ) Quilombismo e feminismo: diálogos possíveis;
6 ) Experiência de vida e de lutas de mulheres negras;
7 ) Auto-representação de homens negros; e
8 ) Auto-definição, saúde, família, maternidade, liderança comunitária, política sexual na sociedade dominante e no contexto das relações interpessoais de mulheres negras.
Problemas:
1 ) Desconsideração das particularidades de mulheres negras no feminismo tradicional;
2 ) Invisibilidade dos conhecimentos e experiências das mulheres negras;
3 ) Crença essencialista no acesso privilegiado a conhecimento enraizado em experiências comuns que desconsidera a diversidade de ideologias e vivências de pessoas negras;
4 ) Segregação laboral de mulheres negras pela política econômica racista e sexista;
5 ) Estereotipização de gênero e sexualidade das mulheres negras;
6 ) Necessidade de solidariedade com os homens negros na luta contra o racismo e os estereótipos de gênero.
Metodologias:
Serão aceitos trabalhos teóricos ou resultados de pesquisas empíricas que versem sobre algum/ns dos temas citados, pautados por uma leitura afrocentrada, que eventualmente abordem os problemas mencionados.
Abordagens teóricas:
A presente discussão sobre feminismo negro poderá ser pautada pelos textos de diversas/os autoras/es, tais como:
BAIRROS, Luiza. Nossos feminismos revisitados. Estudos Feministas. 3, 2, 458-463, 1995.
CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. São Paulo: Geledés. Disponível em http://www.geledes.org.br/em-debate/sueli-carneiro/17473-sueli-carneiro-enegrecer-o-feminismo-a-situacao-da-mulher-negra-na-america-latina-a-partir-de-uma-perspectiva-de-genero
CARNEIRO, Sueli. Mulheres em movimento. Estudos Avançados. 17, 49, 117-133, 2003.
CHRISTIAN, Barbara. Diminishing returns: can black feminism(s) survive the academy?. In: Goldberg, David Theo (Org.). Multiculturalism: A critical reader. Cambridge: Basil Blackwell, 168-179, 1994.
COLLINS, Patricia Hill. Black feminist thought: knowledge, consciousness and the politics of empowerment. Boston: UnwinHyman, 1990.
GOMES, Nilma Lino. A mulher negra que vi de perto: O processo de construção da identidade racial de professoras negras. Belo Horizonte, Mazza, 1995.
KING, Deborah. Multiple jeopardy, multiple consciousness: the context of a black feminist ideology. Signs, 14, 1, 42-72, 1998.
SILVA, Petronilha Beatriz Gonçalves. Chegou a hora de darmos a luz a nós mesmas: situando-nos enquanto mulheres e negras. Cadernos CEDES, 19, 45, 7-23, 1998.
SPILLERS, Hortense. Mama´s baby, papa´s maybe: an american grammar book. Diacritics, 17, 2, 65-81, 1987.
O SERNEGRA ocorrerá de 18 a 20 de novembro, nos Campi Brasília e Taguatinga do Instituto Federal de Brasília - IFB. Confira a programação completa aqui: http://www.ifb.edu.br/attachments/4831_SERNEGRA%20-%20Cronograma-Divulgacao.pdf
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